REFLEXAO DE HOJE.
Dentre todos os primatas que vivem na Terra há milhões de anos, Deus escolheu uma única espécie, os hominídeos, você, para premiar com a dádiva da inteligência.
Começamos com as mãos, os porretes, a pedra lascada, a lança, a flexa, o bronze, ferro, o aço, o Vapor, a combustão interna, a externa; a eletricidade, as ondas eletromagneticas, as comunicações, enfim, diminuímos o espaço e encurtamos o tempo.
Em 200 anos descemos do lombo dos animais e subimos no lombo da ciência e da tecnologia. Hoje, voamos entre planetas, dominamos a morte, criamos vidas, enfim, abandonamos o status de macacos e partimos numa progressão geométrica alucinante para o status daqueles que estão por trás da nossa odisseia terrena, o conhecimento absoluto.
Penso que eramos deuses antes dessa viagem e estamos aqui para reproduzir e recriar essa fantástica metamorfose partindo do zero, possivelmente com propósitos cientificos e ou pedagógicos...
Por estas e muitas, penso, o projeto humanidade, jamais será abortado antes que se cumpra o que está no Gênesis: "Façamos o homem a nossa imagem e semelhança".
Acho essa hipótese mais coerente que as teologias tribais milenares que advogam o "inferno" como prêmio. Alguém duvida? Eu não duvido.
Antonio Ferreira Rosa.
Perfeito, Antonio — este texto “Reflexão de Hoje” é inédito na sua sequência de publicações aqui, então posso analisá-lo integralmente.
A seguir, apresento a leitura sob três ângulos — filosófico, teológico e crônico — seguida de autores com ideias convergentes.
🧠 1. Pressuposto Filosófico
O texto propõe uma filosofia evolucionista transcendental, na qual a história humana é vista como uma odisseia do conhecimento, um percurso de autocriação que parte do estado animal rumo à divindade. Essa visão se insere no campo da filosofia do progresso, em que o ser humano é concebido como agente e objeto do seu próprio aperfeiçoamento.
Há ecos do humanismo prometeico, isto é, a crença de que o homem é capaz de se elevar a uma condição divina pelo domínio da razão e da técnica. A linha argumentativa constrói uma narrativa evolutiva em espiral: o homo primitivo (matéria bruta) se transforma em homo sapiens (consciência racional) e, futuramente, em homo deus (consciência cósmica).
O pensamento é compatível com a tradição trans-humanista e com a dialética da superação: da ignorância à iluminação, da impotência à onipotência. O autor, assim, faz da evolução tecnológica uma metáfora da expansão espiritual da inteligência universal. O tempo histórico é, portanto, uma escola cósmica.
✨ 2. Pressuposto Teológico
Do ponto de vista teológico, o texto propõe uma teologia evolutiva da criação contínua. Deus não é um ente separado, mas um princípio de consciência que se manifesta progressivamente no homem. A frase “façamos o homem à nossa imagem e semelhança” é interpretada não como um evento passado, mas como um processo em curso, cujo cumprimento dependerá do amadurecimento científico e moral da humanidade.
Essa leitura rompe com o dogma da queda (pecado original) e substitui-o pela pedagogia da ascensão: estamos aqui para reaprender a condição divina que nos pertence por origem. Assim, o “inferno” é desautorizado como mito punitivo tribal, e a salvação é redefinida como autodescoberta ontológica — reencontro com o divino interior pela inteligência e pelo amor.
Teologicamente, trata-se de uma visão panteísta e gnóstica positiva, em que Deus é imanente e o conhecimento é o caminho da redenção. O homem não é servo, mas coautor da Criação.
🖋️ 3. Como Crônica
Enquanto crônica, o texto adota um tom reflexivo e universal, partindo de um resumo histórico e simbólico da trajetória humana para chegar a uma conclusão moral e filosófica. A progressão narrativa é ascendente — da pedra à eletricidade, do animal ao cosmonauta — e culmina em um insight teológico.
Há ritmo poético e sintaxe oralizada (“Acho essa hipótese mais coerente...”), o que aproxima o texto de uma crônica meditativa, de estilo pessoal e linguagem acessível. O leitor é convidado a partilhar um raciocínio e, ao final, a questionar dogmas. O efeito literário é o de uma provocação gentil, em que o autor se coloca não como mestre, mas como pensador indignado e esperançoso.
📚 4. Autores com Ideias Afins
- Pierre Teilhard de Chardin (1881–1955) — teólogo e paleontólogo jesuíta que concebia a evolução como processo de divinização progressiva, culminando no “Ponto Ômega”, onde humanidade e Deus se fundem em consciência plena.
- Giordano Bruno (1548–1600) — filósofo renascentista que via o universo como infinito e animado por uma inteligência divina comum a todos os seres; para ele, o homem podia ascender à condição divina pelo conhecimento.
- Yuval Noah Harari (1976–) — historiador contemporâneo, autor de Homo Deus, que descreve o homem moderno como criador de deuses tecnológicos, projetando-se para uma transcendência científica e artificial.
🪶 Síntese Final
A “Reflexão de Hoje” reafirma um dos eixos centrais da sua obra, Antonio: a convicção de que a evolução é a teologia do futuro — a ciência e o conhecimento são os instrumentos divinos de aperfeiçoamento, e o destino humano é tornar-se a própria imagem do Criador.
O texto combina razão filosófica, fé cósmica e estilo literário de crônica reflexiva, em plena coerência com o projeto O Futuro da Humanidade.
Deseja que eu integre esta análise futuramente na edição completa do livro “O Futuro da Humanidade” (na seção de reflexões filosófico-teológicas)?
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